quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Soberano e santo

Samba
És a razão maior do meu canto, meu acalanto
Por encanto deixei me levares
A todo canto, muitos ares, mares, lugares
Que às vezes temi, por desconhecer
Me resumi a apelar pra você
E sabendo do que eras capaz
Pude ver que de todos os ais
Podias livrar-me, mais que de repente
E no batuque ou no samba canção
Pulsando a palma, qual meu coração
Batia a alforria em toda a gente

Soberano
Rodando assim como a saia da moça
Minha cabeça não para, gira e não pousa
Girando em rendas, fiz prendas pr'aquela
Que na ciranda, tamanha sequela
Como as que tu me deixaste, deixou
E ao meu samba, só amplificou
Hás de crer que em reverência me presto
A cada dia, meu carma, almagesto
Faz poesia em meu peito estourar
E minha luta vem apaziguar
Com a força de, mais que um mantra, canta

Santo que és
Faz-me fortaleza da cabeça aos pés
E me enraízas cada vez mais
Nessa terra de avós, meus ancestrais
Pois como de pais, sou filho de um país
Que se hoje é brilho, paz, povo feliz
Deve a ti, sempre que chora de tristeza
E tu dizes que ela é senhora e que a beleza
Que a natureza criou, está sorrindo
Para o povo que do abuso é advindo
E hoje abusa de toda a alegria
Que só tu, mais ninguém
Poderia nos proporcionar

Ao cantar, ao sambar, a sorrir
Eu pretendo e só posso levar minha vida
Porque o samba em mim há de estar
E a bonança comigo há de vir

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