quinta-feira, 2 de julho de 2015

Pátria mãe omissa

Transfira
A responsabilidade
Pra sociedade
Poupe-se da sua função
Óh grande mãe
Que o filho põe na rua
Ao relento
Ao desmando do patrão
Sem dar-lhe a sustentação
O pão
Ético e moral
De cada dia
De quando nascera
A quando ainda que tarde
Ele aprenderia
E lhe garanto:
Assim não aprenderá
Só causará espanto
Se é que é possível mais
Àqueles que o condenaram
E aos que, como eu
Apenas lamentaram
E não adianta
Óh mãe gentil
Levar-lhe cigarros
Na cadeia
Ou conseguir-lhe
Licença pra ceia
Quando o que lhe rodeia
É muito mais que a fome da carne
É a fome do cerne
A fome do certo
A fome de quem nunca viu
De perto
O exemplo do bem
Ou que se não o segue
Porque lhe convém
Aprendeu assim
Com algum outro alguém
Que certamente
Por mais uma falta sua
Óh mãe
Estava ali quando não devia
Esse sim ao camburão cabia
Mas é demais pra você
Criar seus filhos com dignidade
Assim como fazem
Milhares de Marias
É demais pra grande mãe
Porque de tão grande
Se perdeu
Ruiu
E esse povo
Que no peito batia
Hoje
Às vezes
Tem vergonha
De dizer
Brasil