segunda-feira, 16 de março de 2015

Dois Brasis

Sou obrigado a acreditar
Que o Brasil vai se dividir
Entre o azul e o vermelho
Que sequer se olham no espelho
E não percebem ser um só
Como fosse Garantido e Caprichoso
Gato escaldado e cão raivoso
Rompem laços, fazem nó

Se fosse entre o bem e o mal
Se não esperasse o carnaval
Se a bandeira se rasgasse
Eu me sentiria obrigado
A tomar algum partido
Mas entre o horrível e o horrendo
A unidade vai morrendo
E o que temos de mais belo
Que nos faz não ser esquecidos
Vai ficando no passado
E a alegria
Que caminha lado a lado
Vê seu riso adormecido

Dois Brasis
O do pobre e o do rico?
Cor de anil
Ou cor de sangue escorrido?
Deixa de ser juvenil, óh meu amigo
Não faça guerra com o vizinho
Poupe o seu ódio pro que é ruim
Assim
Quanto mais fraco e oprimido...
O povo
Mais feliz fica o partido
De novo
Se repartirmo-nos em dois
O que é que fica pra depois?
Nosso real objetivo
Que deixemos de ser roubados
E os culpados sejam punidos
Mas enquanto vamos, um pra cada lado
No Congresso ou no Senado
Eles se olham com um sorriso

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