terça-feira, 20 de maio de 2014

Sem forro, com fé

Num breve pulsar
Da veia ao pescoço
Percebo que falta
Um bocado de ar

Me faz sentir alta
A temperatura
E a carne qual o osso
Tão rija, tão dura

Os nervos não negam
A tensão do corpo
Atento e inerte
Dos pés à cabeça

Me sinto entregue
E antes que aconteça
A prévia do gozo
Me faz inebriar

Me deixa pôr tudo
Em cena, no jogo
Sem tempo, nem onde
Sem forro, com fé

Me faz vagabundo
Sem pressa no coito
Me parta em mil homens
Pra te ver mulher