quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Gisele

Pelos caminhos da vida
Tudo muda de lugar
Temos que rapidamente
Ter o dom de adaptar
Ou entender que a trilha
Em sua imperfeição
Traz o que há pra que a gente
Posso ser melhor que então

Se o caminho nos leva
Onde não queremos ir
Resta só crer que as trevas
Nos farão evoluir

Com a certeza de que o dia
Está prestes a voltar
Rezo e sigo o caminho
Que até flores há de dar

Por isso canto e as flores hão de vir então

Gisele
Peço a Deus que toda a força que te fere
Se converta em luz divina e redenção
Pra que a vida te sorria em gratidão
À sua crença em tudo que é bom

Gisele
És tu, só, além de Deus, quem interfere
No poder de tamanha transformação
Mas que contes com a torcida de um irmão
Que a cada sorriso vibra de emoção

domingo, 25 de novembro de 2012

Inspiração

Eu diria que sonhar
Também é mover o dom
Como disse Djavan em cantar
Mas o sonho se move ao falar
Ao agir, ouvir o som
Assim como ao seu simples respirar

Ao saber se comportar
Dizer sim, talvez e não
Dissertou tal Trevisan em citar
Máximo era seu discreto afirmar
Contradição
Neste papo aqui, sequer tem lugar

Venha, inspire a todos com seu ser
Se permita ser pra inspirar
Mostre aos outros, então, que você
Não veio aqui só pra observar

E que se a vida perceber
Pode até protagonizar
A sua história que ao se ver
Faz a gente sorrir a até chorar

Deixa ser
Deixa estar

* Impressões após a participação do Djavan no programa Altas Horas em que nosso amigo Gustavo Mendes Miranda esteve presente!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu podia...

Eu podia estar roubando
Que isso não há coisa mais certa
Mas não
Ainda que desacreditando
Escrevo porque sou poeta

Eu podia estar matando
E causando pranto e dor
Mas não
Só trago comigo acalanto
E isso porque sou cantor
Eu podia estar condenando
Esse papo anti-trabalhista
Mas não
Quem sou eu pra julgar alguém
E entendo porque sou artista

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Soberano e santo

Samba
És a razão maior do meu canto, meu acalanto
Por encanto deixei me levares
A todo canto, muitos ares, mares, lugares
Que às vezes temi, por desconhecer
Me resumi a apelar pra você
E sabendo do que eras capaz
Pude ver que de todos os ais
Podias livrar-me, mais que de repente
E no batuque ou no samba canção
Pulsando a palma, qual meu coração
Batia a alforria em toda a gente

Soberano
Rodando assim como a saia da moça
Minha cabeça não para, gira e não pousa
Girando em rendas, fiz prendas pr'aquela
Que na ciranda, tamanha sequela
Como as que tu me deixaste, deixou
E ao meu samba, só amplificou
Hás de crer que em reverência me presto
A cada dia, meu carma, almagesto
Faz poesia em meu peito estourar
E minha luta vem apaziguar
Com a força de, mais que um mantra, canta

Santo que és
Faz-me fortaleza da cabeça aos pés
E me enraízas cada vez mais
Nessa terra de avós, meus ancestrais
Pois como de pais, sou filho de um país
Que se hoje é brilho, paz, povo feliz
Deve a ti, sempre que chora de tristeza
E tu dizes que ela é senhora e que a beleza
Que a natureza criou, está sorrindo
Para o povo que do abuso é advindo
E hoje abusa de toda a alegria
Que só tu, mais ninguém
Poderia nos proporcionar

Ao cantar, ao sambar, a sorrir
Eu pretendo e só posso levar minha vida
Porque o samba em mim há de estar
E a bonança comigo há de vir