quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lá pr'além do fim do mundo

Vivo por lá
Lá pr'além do fim do mundo
Na caatinga, no depois
Onde nem se atrevem os bois
Que, se chegam, nunca voltam
A mim hão de sustentar

Terra infértil
Nada vinga, nada cresce
Nem com fé da mais devota
Onde nem sequer Deus volta
Pra saber se deu em algo
Tanto barro que deixou

Do barro fez
Mas aqui jogou o resto
Junto com moldes de homem
Que aqui só passam fome
E se misturam com a terra
Por miséria, inanição

Terra sem fonte
Mas de onde enxergo foz
Bem pr'além do objetivo
Lento, porém assertivo
Que me levará pra longe
Leve o tempo que levar

Que este ultrapasse
Todas as frias espreitas
As barreiras, profecias
Que sempre mais que tardias
Nunca findam com essa Terra
Que eu desbravarei, então

Sê quando for
Seria maravilhoso
Queria que possível fosse
Pra lá de dois mil e doze
Eu espero confiante
Que um dia ainda me vou

Quando rolar
Lá pr'além do fim do mundo
Segundo disseram astecas
Ainda mato o que me seca
Essa sêca de fugir
Daqui pr'aqui não findar

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